Enquanto o fraco
desprezível
Despenha sobre
precipícios sem um final,
Como há quem se
torne invisível
Perante um só ou
multidão tal,
Eu próprio vivo uma
tamanha fantasia:
Utopia que me trás
mágoa em demasia.
E devo dizer que
tão astuto que sou
Não me recordo
jamais de acordar
Da neblina ofuscada
que me acompanha onde vou.
Tira-me os
sentidos, do tacto ao paladar
E então sinto um
mero nada na ponta dos dedos.
E albergo eu os
seus temíveis segredos.
Torna-se
indesejável a um arqui-inimigo,
Visto que fui
ensinado a sentir cada pormenor,
Torna-se não só em
dor mas sim um malévolo castigo.
Momentaneamente não
existe mal pior
Do que viver sem a
gentil brisa poder sentir
Ou ser
verdadeiramente amado e não conseguir sorrir.
Suave ao toque como
uma esbelta rosa
Que se ergue de um
mar de espetos,
Gentilmente
encostada por uma força poderosa,
Transforma os meus
dias arco-íris em cinzentos.
Fere-me o corpo
como algo pequeno e insignificante
Esmagado por algo
grandioso e exuberante.
Destrói toda a
sanidade que possuo.
Fico perdido,
miserável e incontrolável.
Fico tão alheio à
pessoa que usufruo.
Vejo fugir tudo, a
minha alma fica inalcançável.
Custa-me ter que
aceitar a sua partida
Talvez por temer a
sua eterna ida.
Já tive momentos de
pura agonia
Que tornaram o doce
mais aprazível
Em algo que me pôs
em horrível azia
E não pude
esquecer, era inesquecível.
Não passava de uma
mera ilusão
Que decompunha-me
numa colossal confusão.
Cheguei a gritar e
tentar apertar-me
(podia bem ter-me
simplesmente matado)
Para desaparecer ou
tentar ausentar-me
Do tal Mundo que
havia eu criado.
Desconhecia eu que
eram miragens só...
Desfizeram-me a
mente estável em pó.
Lancei um pequeno
esgar de prazer
No pleno momento de
escuridão
(uma escuridão de
não se poder ver),
No pleno momento de
concentração
Em que a minha
linha acabava
A linha de um sono
terminava.
Suspirei um humilde
sorriso
Que se tornou
agitado e turbulento
Como o de alguém
que perde o siso
No seu perfeito dia
cinzento.
Como quem descobria
que o pesadelo
Era uma vida a vê-lo.
A ver-me a mim e
somente a mim.
E que o acordar de
um dia
Se tratava de um
violento fim.
Isto era algo que
eu não podia,
Nem sequer tentava
por fazer,
Acreditar que eu
estou a morrer.
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