Enquanto as almas
vagueiam
Sobre o mar de
espíritos,
Brilha o Sol que
não existe
Perante o fogo que
não resiste.
À força de um
desejo
De um corpo e de
uma mente
Que não só os vê
Como também os
sente.
Ouve o seduzir dos
movimentos,
Suaves e lentos.
Escuta o suspiro
que não responde,
O querer que não
esconde
Perante apenas duas
mentes
Livres e
independentes,
Que em si são só
uma
Mas que nos
espelhos têm duas frentes.
Vagueiam no olhar,
Não no marinho ou
no celeste
Não no castanho
carvalho,
Mas no brilho do orvalho
Que cai deles sobre
lágrimas,
Gélidas e sentidas,
Mutilando o ser
invisível
Mas continuando as
feridas.
Mas as subidas e as
descidas,
De vidas mal
vividas
Pouco se aguentam
No pique do
purgatório.
Não morre nem vive,
Não respira nem
suspira!
Danados sejam
Os que omitiram e
falsearam
Por quão tantos
pecados
Que só eles
presentearam!
Expulsos e
aniquilados,
Que parem de
vaguear
Almas tais não
sabem amar,
Não merecem
respirar.
E que o seu cadáver
caia no chão,
Como morto mal
morto
Como o osso está
Para a carne de um
outro
O suspiro vai
deixando
e as suas mãos se
vão separando
Vai e não volta.
Uma corda que se
solta.
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